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sexta-feira, 9 de setembro de 2016

DIA DA PÁTRIA!





Nas ruas, o colorido verde\amarelo\azul e branco 

Dessa imensa e bela dimensão continental
Seu povo vestido da beleza ilusória do civismo patriótico
Seguindo em desfiles majestosos,nessa vã alegoria!


Povo trajado de esperança e conformidade
Que traz na essência uma ainda pífia (demo)cracia
Porém, marcha feliz, não ciente de sua desvalorização
Segue a sonhar com a generosa acolhida de sua mãe Pátria!

Nas ruas de todos os outros dias...
A dura visão palpável da crua realidade
O assombro do presente, no medo ócio que aniquila...
Insana noção das coisas como de fato são:

Uma cruel violência que se alastra insolúvel
A corrupção assistida de cumplicidade
Crime organizado na doente devassidão política, vaidade demente 
Descaso, irresponsabilidade, injustiça social

Nas ruas de todos os outros dias...
O povo alheio segue ,“porque tudo é assim mesmo”
Segue desviando os pés dos “campos minados”
Tentando não cair do salto, ou sujar os próprios sapatos no flagelo

Segue sem perceber a profundidade do fosso que separa,
O dia da Pátria aos outros dias comuns!

Lufague
Imagem Google

sexta-feira, 27 de maio de 2016

ESTUPRO X SILÊNCIO

                                           Imagem Google



A cada novo caso de estupro

Somos todas (in)diretamente

Mulheres estupradas...



E sobremaneira pensamos:

Se vale mesmo a pena dar queixa-crime"?"

Você pode até considerar tal atitude absurda

Ao certo, não sabemos, não sabemos...!


Não queremos que desconfiem:

De nosso triste e tenebroso relato

Não desejamos ser responsabilizadas

Pela bestialidade de tais instintos...


Não precisamos ser julgadas:

Parceiras de nossos medievais algozes

Não merecemos ser questionadas;

Sobre nossas vestes e intenções...

Sobre o lugar e hora frequentados

Sobre o nosso eventual estado etílico.


Nem tampouco sofrer insinuações:

Se preferimos no ato selvagem

Manter a física imobilidade,

Ou se houve de concreto ameaças...


Isso tristemente só demonstra a realidade:

Somos também diariamente violadas

Por nossa diminuta idiossincrasia


Sofremos violações sempre...

Não só pelos mitos selvagens das ruas...

Sofremos nas igrejas, nas universidades,

Dentro de casa, dentro dos pseudoscasamentos...


A vergonha, o medo nos silenciam...!


As estatísticas estão embaixo do tapete.

Lufague









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