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Como fazer para
expressar
O lirismo da poesia
orvalhada?
Se na aurora do sol,
Você liga o
telejornal,
E o principal
destaque é a violência.
(Decerto dá
audiência)
È a vida...
Se impresso na
primeira página do jornal
A manchete é a corrupção.
(Fala-se do político
ladrão)
È a vida...
Você sai para
trabalhar,
E não sabe se ileso
volta
Porque é refém de
todas as injustiças
De seu século.
È a vida...
Pairam no ar, perdidos
projeteis,
Em confrontos,
Fardados/clandestinos.
È a vida...
Logo na esquina dos
semáforos
A limpar seu
pára-brisa,
Os estômagos
vazios...
È a vida...
No olhar de cada
mendigo
(Retirantes de uma
seca recorrente, ou da desumanidade).
A estampada fraqueza
da esperança.
È a vida...
Dos drogados que lhe
circundam
Tão próximos e tão
alheios de si,
E o drama de suas mães:
Nossa Senhora das Dores.
È a vida...
Por fim:
Quando repousando em
si mesmo
Seus pensamentos não
são inabaláveis,
Nem sua memória tão
destrutiva
Que possa a cada fim
do dia,
Apagar-lhe da mente
Essas marcas sombrias
e imortais.
È a vida...
... nem tão bonita.
Lufague.