Estou no tempo que precede a velhice,
No amarelar das folhas….
Que suavemente tombam sobre a brisa
Nelas, solto as asas entre o sol e o cinza,
Até alcançar o imaginário de minha lua,
Onde tudo, inclusive o fim, é perfeição!
Onde a natureza é aconchegante,
Mesmo nas horas findas...
Onde a sabedoria se entrega
Ao paradoxo das perdas e ganhos.
Assim me aconchego entre o tempo
Degredo, e o tempo de colheitas…
Onde o céu é madura framboesa
E o calendário só marca recomeços
Através das despedidas…
Onde as folhas melancólicas de luminosidade
Libertam-se coloridas, como se fosse primavera,
E sabem reconhecer no termo a sobrevivência dos ciclos…
Sob meus pés, as diversas tonalidades
Do sagrado tapete macio da transição,
Que suaviza de criança esperança
O meu olhar de outono!
Lufagu