Saudade...
Da rica simplicidade dos motivos
Saudade do tempo perdido,
Naufragado por entre os dedos...
Saudade da alvorada branca rosada
Do bem-te-vi tagarela da madrugada
Da lua que atravessou a noite serena
Já em sua claridade desbotada.
Da caricia úmida e cheirosa da brisa.
A hilaridade das gotículas em gozo,
De uma flor exalada e orvalhada.
Saudade...
De todo esse ritual generoso e pontual.
A nós, oferecidos na gentil gratuidade
Da boa disposição do sentido oculto.
Saudade da intimidade da aurora,
Ainda em mim, tão inebriante...
[E eu já nem lhe aplico o espírito em atenção].