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quarta-feira, 19 de maio de 2010

SOU MULHER, EXERÇO A DIFICIL ARTE.


Imagem net

Nasci mulher, sinto antes de pensar, sou munida de sensibilidade, fragilidade e de toda inerente dualidade.
O mundo a mim se apresenta em exigências, se mostra severo, em seus paradigmas exige que eu carregue pesado fardo de padrões estabelecidos de um processo secular que se arrasta.
Aponta-me em riste o sentimento de culpa, porque humanamente não posso ser perfeição.

Luto ferozmente para ser mãe exemplar...
Luto ferozmente para ser profissional competente...
Luto ferozmente para ser sensual e dedicada amante...
Luto ferozmente para ser mulher carinhosa, atraente...

Compactuo com as pressões do mundo, muitas vezes desrespeito meus reais limites.
Caio na louca correria do tempo, da moda, da beleza, da concorrência, da competência, está escrito, para ser feliz é preciso ser maquiada, unha feita, cabelo escovado, não ser fútil e ter consciência que todo trabalho exaustivo de dupla jornada, engrandece, ser modelo das regras e não perder à identidade, mesmo já tendo sido mulher “Renascença” de corpo cheinho e barriguinha protuberante porque assim seria ideal procriadora, hoje a mesma cultura obriga a ser magérrima e sem pudor me faz escrava do domínio.

Conheço minha fortaleza e ela se encontra na plenitude de meu ventre vida...
Conheço minha fraqueza que é meu lado masculino inconsciente, que se deixa alimentar por injustiças sociais seculares e não me deixa ver que para ser feliz é simples encontrar da plenitude no livre e reconhecido feminino comportamento.

Lufague.

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