Sempre que posso, navego em meus opostos, tentando entender essa dualidade inerente à nossa vivência. O meu amor no limite do ódio, minha alegria vinda da extensão da tristeza, minha felicidade subtraída da infelicidade, minha coragem que não se firma por meus medos, minha insegurança que não encontra seu contraponto pra se equilibrar,minha vontade de desbravar o mundo, mas encontra amarras no acomodar,minha inteligência vista amiúde de minha burrice asneirada.
Quando tento entender nossa história e sei que carregamos uma bagagem acumulada do que precisamos ser, do que devemos ser.Já nascemos com traçado configurado,como se fossemos maquinas programadas para vivermos em um padrão já estabelecido.Talvez se pudéssemos construir nossa própria história,criando valores a partir de nossa própria percepção ,teríamos uma vida mais significativa, livres de tantos erros,transgressões, porque não nos sentiríamos trapaceando o padrão social que nos é imposto.Complexo e difícil de analisar o comportamento humano,porque compactuamos com as influências e fundamentos desse tecido social que nos envolve.Navego também em meus pensamentos escorregadios, sobre o sofrimento e o amor,um sendo dual do outro, porque quem ama,não sai imune ao sofrimento,como diz o mago persa: “ O amor é um mal que ninguém quer curar-se”.
Navego também na dúvida que alimento sobre crença e fé, mas acredito na energia suprema de um Deus, presente, onipotente, divino. Acredito nos mistérios e tramas do universo para nos impulsionar, acredito no nosso deus interior,na força de um bom pensamento, na determinação, confiança e atitudes coerentes e generosas para termos plena certeza do bem merecer.
Enfim entendo que estamos num universo de entraves e maravilhas, e que nos basta entender à força de nossa liberdade, no sentido de poder escolher qualquer que seja nossa empreitada, mas que seja com profundidade, compromisso e determinação, dando sentido à nossa existência.
Lufague