quinta-feira, 8 de outubro de 2009
CRIANÇAS DO ABANDONO!
Crianças são semeadas
São sêmen-tes plantadas,
No seio materno da existência
Brotam-se da água, da natureza
Do amniótico liquido prover.
Inauguram-se na vida...
Com a missão, à obrigação factual,
De ser o elo da própria continuidade
Em sua carente fragilidade,
Precisa do abraço terno, provedor
A lhe criar raízes e através delas
A crescer, se desenvolver,
Se fortificar, se tornar arvore,
De boa sombra frutífera
Mas nesse mundo injusto e cruel...
São lançadas a própria sorte...
Aos ventos do acaso, a sofrer na pele
O estado vergonhoso da miséria e injustiças,
Do brutal desumano, que lhes rejeitam.
São filhos da fome, da solidão,
Dos medos, da injusta miséria,
Habitam sob as marquises,
Sobrevivem dos semáforos,
Alimentam-se de líquidos solventes
Desmoronam-se na fumarada dos craques
São marcadas na alma,
Pelos açoites das tragédias
E se perguntam o porquê...
Vão ao abandono abrir feridas
Pútridas dos sentimentos, da não resposta
Que com o tempo, criam crostas, arestas...
Que viram espinhos, cacos de vidros,
Estiletes, revólveres, armas
De dois gumes, a ferir, matar e ou morrer.
São troféus gerados das desilusões...
Do moldado caráter, pelos infortúnios.
Condenam-se à convicção do instinto
De perder a cruel lucidez
Toxicada, alucinada, no torpor
De suas carências e revoltas,
Pelas feridas que sangram
...A ingratidão da vida.
Lufague.
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