terça-feira, 27 de outubro de 2009
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
DOMINGO REGRA-DE-FÈ!
Dimanche (dia do senhor)
A igreja reza; que as gentes têm de rezar,
Lava-se à alma da lama (trocadilho), enxágua-se o espírito
Abre-se caminho para no recomeço, novo pecar.
Sunday (dia do sol),
O sol que brilha...a intimar
É dia de praia, dia de maresia...
No frenesi da diversão, na febre do calor, também o cansar.
Domingo...
A convenção do encontro familiar
Almoço e jantar, macarronada, lasanha, pizza
Ou nada a deleitar-se...
A intenção; talvez o consenso das gentes, dos dramas, conciliar
Dies Dominicus...
Da semana o primeiro dia,
No tédio ou no entusiasmo dos ânimos,
Cair na completa ociosidade da preguiça ou indolência
Reza o mandamento do dia no preceito do descanso.
Lufague.
TEIA DA VIDA!
Sou tecelã, percebo a vida como um entrelace de instantes e sentimentos
Vou compondo minha teia em fios na coordenação ou inaptidão de minha habilidade.Vou tecendo a vida em ornamentação e entrecortar, do fazer e refazer. Assim sou tecelã a entreter-me em fios.Fios dourados e brilhantes, mas, que por vezes se enrolam em nós que só a custo se desatam...Tranço a vida também em cipós, que se tornam chicotes de açoites, ou em contrapôs num emaranhado de fios de estopa que em serventia lavo os sentimentos, esses que tecem as intrigas, as covardes disputas e por fim, esses mesmos fios me limpam as culpas.Vou tramando meus fios em teias de mera fortuna e infortúnios, feito a teia de Penélope. No recomeçar indefinidamente, até me deparar ao acaso com um filete de lâmina a cortar a trama de minha teia.
Lufague
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
TEMPO!
Há tão pouco me parece eu não prestava atenção no tempo.
Ele se infiltrara por entre meu ser, eu o acariciava lúdica-mente
Não tinha intenção de detê-lo, brincava de amor com ele.
Divertia-me infantilmente,dançava, saltava, era tudo uma grande folia.
E nesse gracejo meus dias a se esvair em instantes sem que notasse.
Ele beijava-me, em minha inconsciência levava junto, o muito dos meus sonhos, esperanças e fantasias.
Eu o olhava em assombro de admiração e na simpatia ele me furtava o entusiasmo.Em minha grande afeição achava que o retinha, mas ele me fugia como a brincar de esconde, esconde. Querendo ser feliz, corria atrás na tentativa de alcançá-lo, ignorando o passado, sem pensar no que viria...
Estou ofegante,não consegui segura-lo. De presente ele me deixou marcas pela expressão na face, os medos do fastio e desgosto do fim, deixou também a reflexão de minha cumplicidade, minha culpa em tê-lo feito algoz da juventude em mim.
Lufague
domingo, 11 de outubro de 2009
VIA DE ACESSO!
Seguem-se os caminhos
Caminhos pela vida ofertados
Encurvados são esses caminhos
Caminhos íngremes, estreitos e largos
Caminhos bem definidos
Indefinidos são os caminhos
Caminhos que rumam aos destinos
Destino algum tem os caminhos
Caminhos envoltos em nevoas
Misteriosos são esses caminhos
Caminhos claros de vivas cores e flores
Secas folhas púrpuras revestem os caminhos
Caminhos de raios luminosos
Obscuridades que alumiam os caminhos
Caminhos de livres e fáceis acessos
Obstáculos enfeiam os caminhos
Caminhos diversos a escolher
De ‘versos’ são os caminhos
Caminhos que criam, são poéticos
Realidades ilógicas dos caminhos
Caminhos na esfera dos horizontes
Inobserváveis são esses caminhos
Caminhos que alçam, elevam
Declináveis são os caminhos.
Caminhos que só levam
Mas,de retornos são os caminhos
Caminhos que se abrem, principiam
Finalizados são todos os caminhos
Lufague
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
VELHICE DO ABANDONO.
foto net
Vivo o que me resta, mesmo na avaria
Quero a velhice plena, de sabedoria
Numa sociedade justa de minha decência
Porque na vida sou hábil experiência.
Não quero ser seu óbice, ser empecilho
Nem o estorvo a atrapalhar, ser obstáculo
Muito menos a insapiência, incapacidade
Nem ser devoluto confesso da ociosidade
Não quero ser sinônimo de morte
Tampouco o desamparo da sorte
Nem ser abandonado na solidão
Não desejo ser objeto de cavilação
Não quero ser considerado sapato velho
Nem o remorso da violência,(é um conselho)
Não quero ser qualificado de desperdício
Nem tampouco caderno de rascunho, enguiço
Quero a merecida gratidão de colibri
Ser reconhecido ao que produzi
Quero o respeito pelas falsas ilusões
E pelos concretos que deixo, das convicções
Quero a dignidade da longevidade
Do progresso fiz parte, na possibilidade
Quero dos direitos civis, bom tratamento
Quero o amparo, respeito e reconhecimento.
De ingratidão só aceito a do implacável tempo
Por minha perecível e inegociável degradação.
Lufague
Vivo o que me resta, mesmo na avaria
Quero a velhice plena, de sabedoria
Numa sociedade justa de minha decência
Porque na vida sou hábil experiência.
Não quero ser seu óbice, ser empecilho
Nem o estorvo a atrapalhar, ser obstáculo
Muito menos a insapiência, incapacidade
Nem ser devoluto confesso da ociosidade
Não quero ser sinônimo de morte
Tampouco o desamparo da sorte
Nem ser abandonado na solidão
Não desejo ser objeto de cavilação
Não quero ser considerado sapato velho
Nem o remorso da violência,(é um conselho)
Não quero ser qualificado de desperdício
Nem tampouco caderno de rascunho, enguiço
Quero a merecida gratidão de colibri
Ser reconhecido ao que produzi
Quero o respeito pelas falsas ilusões
E pelos concretos que deixo, das convicções
Quero a dignidade da longevidade
Do progresso fiz parte, na possibilidade
Quero dos direitos civis, bom tratamento
Quero o amparo, respeito e reconhecimento.
De ingratidão só aceito a do implacável tempo
Por minha perecível e inegociável degradação.
Lufague
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
CRIANÇAS DO ABANDONO!
Crianças são semeadas
São sêmen-tes plantadas,
No seio materno da existência
Brotam-se da água, da natureza
Do amniótico liquido prover.
Inauguram-se na vida...
Com a missão, à obrigação factual,
De ser o elo da própria continuidade
Em sua carente fragilidade,
Precisa do abraço terno, provedor
A lhe criar raízes e através delas
A crescer, se desenvolver,
Se fortificar, se tornar arvore,
De boa sombra frutífera
Mas nesse mundo injusto e cruel...
São lançadas a própria sorte...
Aos ventos do acaso, a sofrer na pele
O estado vergonhoso da miséria e injustiças,
Do brutal desumano, que lhes rejeitam.
São filhos da fome, da solidão,
Dos medos, da injusta miséria,
Habitam sob as marquises,
Sobrevivem dos semáforos,
Alimentam-se de líquidos solventes
Desmoronam-se na fumarada dos craques
São marcadas na alma,
Pelos açoites das tragédias
E se perguntam o porquê...
Vão ao abandono abrir feridas
Pútridas dos sentimentos, da não resposta
Que com o tempo, criam crostas, arestas...
Que viram espinhos, cacos de vidros,
Estiletes, revólveres, armas
De dois gumes, a ferir, matar e ou morrer.
São troféus gerados das desilusões...
Do moldado caráter, pelos infortúnios.
Condenam-se à convicção do instinto
De perder a cruel lucidez
Toxicada, alucinada, no torpor
De suas carências e revoltas,
Pelas feridas que sangram
...A ingratidão da vida.
Lufague.
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